Será que Facebook e Google poderão coexistir?

Por Computerworld/EUA

Publicada em 14 de julho de 2011 às 12h10

Uns veem o Google+ como "Facebook killer"; outros dizem que a guerra entre as empresas levará à destruição mútua. Quem estará certo?

Como óleo e água, ou pão e manteiga? O Google+, mais nova iniciativa da gigante da Internet, tem atraído uma boa dose de especulação sobre sua suposta condição de “Facebook killer”.

A morte do MySpace parece indicar que as pessoas têm espaço em suas vidas para apenas uma rede social, apenas uma página de perfil. Afinal, em quantos lugares diferentes você precisa anunciar que curte determinado programa de TV? Quantos lugares diferentes são necessários para compartilhar o que anda pensando?

Por outro lado, o Twitter provou que o “social” pode vir em diferentes formatos – e 140 caracteres é mais apropriado para certos recados que para outros. O Twitter também permite aos usuários republicar certos posts em sua página no Facebook, se quiser – o que significa que, se as redes sociais puderem conter seu ímpeto de tratar esse negócio como um jogo de soma zero, todos poderão ganhar.

Sim, Google e Facebook não têm sido bons meninos ultimamente e provavelmente não mudarão de atitude agora. A Google tem tentado indexar as páginas públicas do Facebook para inclui-las em suas buscas. Isso provocou a ira do Facebook, que recentemente contratou uma empresa de relações públicas para sujar a imagem da Google na imprensa. E a recente parceria do Facebook com a Skype para competir com o Hangout do Google+ sugere que cada gigante da Internet tem a outra como pedra em seus sapatos.

Teoria 1: Coexistência independente

Embora a guerra entre as empresas pareça iminente (se é que ela já não começou), o presidente executivo da Google (e ex-CEO) Eric Schmidt pensa que há pleno espaço para as duas companhias existirem de forma independente. De acordo com um artigo publicado em 7 de julho pela Reuters, Schmidt disse que o Google+ terá tanto sucesso quanto o Facebook e o Twitter porque 1) a demanda por inscrições no Google+ é alta e 2) o recurso de videochat com várias pessoas, oferecido pelo Hangouts, é muito popular entre jovens.

Em se tratando de Schmidt, a resposta soa bastante familiar. Em 2005, o executivo afirmou ao programa de TV “60 Minutos” que a Google acreditava que poderia coexistir com o (à época) novo serviço de buscas da Microsoft, o Bing.

Dado o tamanho e a precisão das buscas do Google, a empresa parece nunca quebrar uma promessa em público, insistindo que serviços idênticos possam existir em paralelo. Mas esse discurso pode ser apenas uma peça de relações públicas: Google e Microsoft competem corpo a corpo pelos dólares da publicidade em buscas, assim como Facebook e Google+ farão na arena das redes sociais. Em junho, a Comissão Federal de Comércio dos EUA deu início a um inquérito antitruste sobre as práticas da Google, evidenciando a preocupação de que a empresa possa exercer controle excessivo sobre o que nós vemos na web.

Embora se confrontem, Google e Facebook têm amplas bases de usuários (e uma base potencialmente massiva no caso do Google+). Assim, é muito provável que as duas possam coexistir. Empresas pequenas como a LiveChat, que produz software para atendimento a clientes por videochat, preveem  que ambas as redes sociais terão sucesso e já reorganizam suas estratégias de acordo. Mariusz Cieply, CEO da LiveChat, afirma que sua empresa espera oferecer seus serviços tanto pelo Facebook quanto via Google+ num futuro próximo. Assim, as empresas poderão, por exemplo, fornecer suporte técnico pós-venda com vídeo tanto pelo Facebook como pelo Google Hangouts. “Será ótimo ter os dois”, dis Cieply. “Nós começaremos com o Facebook, mas vemos uma enorme oportunidade no Google Hangouts.”

A ideia de que Google+ e Facebook possam oferecer às pessoas diferentes tipos de mídia social e, portanto, coexistir sem hostilidade não é assim tão maluca. As pessoas têm canais no YouTube, perfis no Twitter, screen names no AIM, álbuns no Flickr, páginas no Tumblr. Por que não haveria espaço para mais um?

Teoria 2: Coexistência via cooperação

Muitos especialistas do setor acreditam que a capacidade do Google+ e do Facebook de coexistir dependerá de como as empresas permitirão conexões mútuas. Jason Shellen, chefe de produtos AIM na AOL, vê a batalha Google+ versus Facebook de forma familiar – afinal, o AIM coexistiu com o MSN Messenger e agora tenta reinventar a si mesmo para competir com o chat do Facebook e o Gchat (o bate-papo do Google Mail), permitindo que os usuários façam bate-papos de vídeo sem qualquer login ou conta além de uma URL gerada pela AOL – e o AIM espera que essa URL seja compartilhada e incluída nos murais do Facebook e do Google+.

“Nós fizemos a coisa de tal forma que você poderá ir ao Gchat e adicionar um buddy no AIM”, diz Shellen sobre a estratégia de coexistência do AIM. “Nós combinamos e conversamos juntos; algumas vezes esse aparente ‘jardim murado’ não precisa ser tão árduo.” Isso certamente funcionou para o Twitter, cujas hashtags e tuítes de 140 caracteres podem ser incluídos em praticamente qualquer outro hub de mídia social, do Facebook aos canais YouTube.

Neste aspecto, contudo, o Google+ tem uma desvantagem. No mesmo artigo recente da Reuters mencionado anteriormente, Eric Schmidt, da Google, admitiu que as conversas com o Facebook para permitir a importação de amigos do Facebook para o Google terminou em impasse, e as negociações com o Twitter para integrar seus serviços também fracassaram. Isso torna o Google+ um tanto menos conveniente para pessoas que gostam de associar seus vários perfis.

Mas o outro perdedor na tentativa falha de integração da Google é o Facebook, já que a Google tem uma enorme base de usuários (incluindo gente que usa Gmail, Google Checkouts ou Picasa, por exemplo), e o Facebook tem se posicionado de forma incisiva contra a enxurrada de notícias negativas que informavam sobre o crescente desejo dos usuários de Facebook de migrar para o Google+ caso tivessem de escolher entre um ou outro.

Teoria 3: Só pode haver um único sobrevivente

A mentalidade “Uma rede social para governar a todos” pode estar certa à medida que os consumidores ficarem mais espertos sobre como lidar com mídia social. Judy Shapiro, blogueira da AdAge e CEO da EngageSimply, uma empresa de marketing de tecnologia, afirma que tanto o Facebook como o Google+ estão em guerra e os consumidores vão escolher o vitorioso com base em políticas de privacidade ou na capacidade de conseguir sair de uma das redes sociais. “O Google+ é apenas a tentativa da Google de ser o Facebook, e o Facebook tem tido sua parcela de tentar ser o Google”, diz Shapiro.

No começo, a Google buscou um jeito de fazer dinheiro com anúncios e o Facebook tinha dados sociais. A Google parece sentir que o melhor jeito de melhorar sua precisão nos resultados de busca é integrar dados sociais, algo que tentou fazer em 2010 quando comprou a Aardvark, uma empresa que dava respostas a questões com base nas preferências dos amigos e seguidores do usuário. De sua parte, o Facebook tem construído gradualmente uma plataforma on-site que permite aos anunciantes enviar anúncios dirigidos com base nos dados pessoais e de preferência dos usuários. Ele também fechou uma parceria com o Bing para gerar receita sobre todos os seus dados sociais.

Mas Shapiro argumenta que a convergência sobre o que Google e Facebook podem fazer não cria simplesmente um êxodo em massa de uma rede social para outra; ela pode levar à destruição mútua. “Quanto mais precisa uma rede é [para atingir um usuário com anúncios dirigidos], mais resistente seremos a ela”, diz. “Se você casar a força das buscas que a Google tem com a base comportamental de mídia social que o Facebook tem, serão dois golpes em um. Mas nossa privacidade será o dano colateral.”

No futuro, poderemos ser mais capazes de buscar alternativas que permitam compartilhar informações com amigos e família e, ao mesmo tempo, evitar compartilhar dados com empresas que têm um interesse acima do razoável em monetizar nossos dados.

(Megan Geuss)
                                   Fonte:noticias uol

 

Más notícias para o Windows: TI tem investido em cloud, não em PCs

 

Embora o mercado de computadores tenha crescido 2,6%, o número é menor que a previsão inicial de 2,9%, aponta a IDC.

A empresa de pesquisas IDC acaba de divulgar seus números de venda de PCs no segundo trimestre de 2011 - e as notícias não são boas para o Windows.

Embora as encomendas de PCs ao redor do mundo tenham aumentado 2,6% em relação ao segundo trimestre de 2010, esse número está abaixo da previsão de crescimento de 2,9% para o período. Os principais culpados são tablets e smartphones, um mercado de netbooks nos EUA  em queda e a “pressão de uma economia sem brilho”.

Em empresas, uma mudança de investimentos para cloud computing e virtualização também aliviou a demanda por PCs, segundo o relatório de vendas de computadores da consultoria.

Os Estados Unidos foram uma das regiões mais fracas no estudo. As vendas de PCs no segundo trimestre baixaram 4,2% em relação ao mesmo período no ano passado, afirmou a IDC.

Outro fator que colaborou com a falta de brilho do mercado de PCs foi a instabilidade dos gastos em computadores no segundo trimestre de 2010, o que elevou as expectativas para este ano, de acordo com o analista Rajani Singh, da IDC.

“O impacto da dificuldade de sustentar o crescimento de 12% do segundo trimestre de 2010 levou a uma contração neste trimestre", afirmou Singh.

A IDC informou no mês passado que as encomendas de computadores devem crescer 4,2% em 2011, menos que a previsão feita em fevereiro, de 7,1%. Mas a queda das vendas não deve durar para sempre: a expectativa para 2012 é de crescimento, com aumentos anuais de até 11% até 2015, ainda que esse número seja menor que o crescimento anual médio de 19% entre 2005 e 2007.

Dinheiro na nuvem
No mundo corporativo, a demanda por PCs enfraqueceu este ano já que grandes empresas realocaram orçamentos. Novos computadores não são mais prioridade porque as equipes de TI planejam investimentos em serviços de migração para cloud, declarou a IDC.

 “Clientes corporativos continuam a focar no crescimento da parcela do orçamento de TI em novas soluções de informática como cloud e virtualização”, afirmou Singh.

O que também afeta o comércio de PCs é que a atualização de computadores está diminuindo o ritmo. As empresas estão no meio dos ciclos de updates e os Server Message Blockers estão no pico desses ciclos, segundo Mikako Kitagawa, analista-chefe na empresa Gartner Research, que também disponibilizou um relatório sobre a venda de PCs, nesta semana.

Algumas informações do relatório da IDC trouxeram um desânimo adicional para a Microsoft. Uma análise da parcela de vendas de fornecedoras nos EUA mostrou que ano a ano as vendas de Macs estão muito altas, crescendo 14,7%, enquanto a maioria dos fabricantes de PCs perdeu mercado. A exceção? Toshiba, que cresceu 3,7%.

(Shane O'Neill)

                                                                        Fonte:noticias uol